Pergunte sobre a importância do tempo a alguém que estudou durante um ano inteiro para uma prova e, por alguns segundos, perdeu a chance de fazê-la porque o portão havia se fechado.
Pergunte a uma mãe que esperou nove meses por um filho tão amado — e ele nasce morto.
Imagine o sofrimento de alguém que perdeu uma vaga de emprego por esquecer um documento essencial e não conseguir entregá-lo no prazo.
Pense em quem planejou uma viagem importante e, a um segundo do embarque, o voo foi cancelado.
Considere os inúmeros casos reais que vemos nas notícias, em que o tempo era tudo — e mesmo assim, não deu tempo.
O sofrimento da espera machuca. Sentimo-nos impotentes, com medo, reféns do tempo e da lentidão. Quando tudo o que queremos é solução, ação, cuidado, resposta.
Esperar é angustiante. A vida não deveria ser tão demorada onde mais se precisa de pressa.
O tempo — esse senhor de tudo — nos deixa à mercê. E tudo o que nos resta é suportar.
Mas ainda que o tempo doa, ele também ensina.
Ele molda a alma no silêncio da espera,
faz nascer raízes profundas onde não há chão,
e mesmo quando parece cruel,
ele prepara caminhos que os olhos ainda não veem.
Porque no tempo certo —
o portão que se fechou pode revelar outro caminho,
a dor da perda pode dar lugar à força,
e o coração cansado pode, enfim, encontrar descanso.
Que a gente aprenda a correr quando for hora,
a parar quando for preciso,
e a confiar, mesmo no escuro,
que o tempo, embora áspero,
também carrega em si a promessa da luz.