A Polícia Civil do Rio realizou, nesta terça-feira (15), uma operação contra uma quadrilha que pratica crimes contra crianças e adolescentes na internet. Dois homens foram presos e sete menores de idade foram apreendidos. Os agentes também estiveram em endereços em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.
As investigações começaram em fevereiro deste ano, quando um adolescente ateou fogo a um homem em situação de rua enquanto ele dormia em uma calçada em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A vítima teve 70% do corpo queimado. O crime foi transmitido em tempo real em uma plataforma on-line.
O titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Cristiano Maia, explicou que os envolvidos no esquema impõem "desafios" a crianças e adolescentes, o que incita a prática de crimes, como tentativa de assassinato e apologia ao nazismo.
"Os chamados oradores conduzem esses desafios pela internet. E não é só isso. Por exemplo, eles conseguem uma foto íntima de alguma adolescente e, a partir dali, fazem chantagem com aquela criança para que ela maltrate algum animal. Essas pessoas divulgam e compartilham um armazenamento pornográfico de conteúdo infantil e de apologia ao nazismo", disse.
Duas agências independentes dos Estados Unidos emitiram relatórios sobre a atuação do grupo. A polícia apurou que a organização criminosa pretendia fazer um atentado em um ato LGBTQIA+ marcado para outubro deste ano.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, alertou que pais e responsáveis devem ficar atentos ao que os jovens acessam na internet.
"O criminoso entra na sua residência sem que você perceba. Eles só são notados quando acontece alguma tragédia. Então, fiquem de olho nos seus filhos, nos telefones celulares, nos computadores que eles têm acesso, no que eles estão fazendo na internet", afirmou.
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