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Escritora tupanciretanense conquista 3º lugar em concurso literário estadual

O resultado foi divulgado recentemente, destacando seu conto Maragato Guerreiro, que retrata a realidade histórica com reflexões sobre os dias de pandemia

Publicada em 28/03/2025 às 10:57h | Jornalista Jefferson da Silveira da Silva 

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Escritora tupanciretanense conquista 3º lugar em concurso literário estadual
Nazha Sayed reside em Balneário Camboriú, Santa Catarina, mas mantém contato constante com a Terra da Mãe de Deus  (Foto: Arquivo pessoal. )


 

 

A escritora tupanciretanense Nazha Sayed foi premiada com o 3º lugar no XIV Concurso Literário Poesia Taveira Júnior & Contos Alcides Maia, promovido pela Estância da Poesia Crioula. O resultado foi divulgado recentemente, destacando seu conto Maragato Guerreiro, que retrata a realidade histórica com reflexões sobre os dias de pandemia. 

Nazha, que foi patrona da Feira do Livro de Tupanciretã em 2021, celebrou a conquista com gratidão: “Sinto-me muito feliz e honrada com esse significativo 3º lugar. Estar elevando o nome de Tupanciretã e do Centro Lítero-Cultural José do Patrocínio me enche de orgulho! Agradeço imensamente a Maria de Fátima Mardini Frandoloso, presidente do Centro Lítero, pelo incentivo.” 

 

 

O concurso, de abrangência estadual, teve como critério a valorização da história, tradição, folclore, usos e costumes do Rio Grande do Sul. Nazha concorreu na categoria Contos, sendo a única representante de Tupanciretã entre os finalistas. 

Além da escritora tupanciretanense, foram premiados Alan Otto Redu, de Canguçu, com o 1º lugar pelo conto Tábua de Velas, e Athos Ronaldo Miralha Cunha, de Santa Maria, que conquistou o 2º lugar com Guri da Estação Ramiz. 

 

 

Os vencedores receberão troféus e medalhas em cerimônia oficial em Porto Alegre, em data a ser definida.

Imagem: Divulgação. 

 

Concurso Literário Conto Alcides Maia Título: MARAGATO GUERREIRO Pseudônimo: Zazá Teixeira.

No amanhecer da alvorada, fez o sinal da cruz e pediu a proteção dos Maragatos Guerreiros;

Eles sempre vinham em sua mente.

Lembrou da cruz de pau -a -pique e do lenço colorado que, mesmo desbotado pelo tempo, continuava a ser forte, como o sangue que corria pelas veias de todo o Guerreiro que peleava naquela luta!

Luta pelo inconformismo, descontentamento e intransigência Governamental.

Eles não perdiam a força e a FÈ.

Fé que tudo iria melhorar.

Naquela manhã, havia algo diferente pelo caminho que sempre seguia.

Encontrou várias barreiras pela frente.

Policiais pediam para que desviasse o caminho, pois um caminhão tombado impedia a passagem.

Moradores de rua, saqueando e uma briga generalizada era vista de longe.

Observava tudo.

Seriam mais alguns minutos de atraso. Até pareciam os Maragatos que ali estavam. Não seriam??!! Pensou ela cá com seus botões. Seguiu conforme instruções conseguindo chegar ao seu destino.

Era a única.

Ruas seguiam vazias, caminhos solitários, mas cheios de inimigos invisíveis.

Era o inimigo invisível, que chegava pelo ar e entrava em suas narinas, acomodando-se em seus pulmões, feito punhaladas com fortes facões ou apenas fortes mãos que esgoelavam o pescoço do inimigo com uma força escomunal, matando- sem deixar respirar.

Mortal!

Covid!!

Seguia com Fé e com os Maragatos no pensamento.

Todos os outros colegas estavam em casa. Ela, seguia seu caminho para o trabalho cuja porta cadeado com correntes que lembravam o passado, forte e inquebrável.

Era a Pandemia atormentando os viventes, no abril de 2020.

Mas ela não, ela era a única representante e lá tinha que estar.

Com muita fé, seguia todos os dias o trajeto para o seu trabalho com as chaves nas mãos, sem saber do seu destino, do que estava e quem estaria a lhe esperar, e do ar que estava respirando.

Era como se fosse um Maragato no campo de batalha, sem armas, mas com uma Fé inabalável.

Abria o cadeado com a corrente de ferro já enferrujado, amarelado, mas que continuava forte assim como os Maragatos Guerreiros que muito lutaram.

Torcia a chave meia trêmula, pedindo ao velho Maragato que tinha em mente, a força e a coragem, que teve mesmo sem armas em punho, com a Fé inabalável!

E não havia quem o vencesse;

Aquele Maragato de lenço vermelho, roupa estrapilho, botas furadas, que muito lutava e nada temia! Tinha FÉ!

Se via nele; lembrava dos Valentes Maragatos!

E, trêmula abria o portão, a grade de ferro que antecipava a porta de vidro do seu trabalho invocando a esse Maragato Guerreiro a proteção assim como ele lutara na Guerra dos Farrapos.

Lutava ela agora contra o inimigo invisível.

Por que pensava tanto naqueles de lenço vermelho?!

Ela se perguntava a cada momento, pela força que sentia ter.

Trabalhou sozinha durante dias, seguia o caminho de casa até o portão com a corrente enferrujada, cadeado antigo e as chaves trêmulas em suas mãos.

Esperava os viventes baterem nas grades pedindo comida, água ou um pedaço de pão.

Anotava os nomes.

E, a uma distância, com máscara mesmo podendo olhar em seus olhos e o vivente de cara limpa, peito aberto... era um Maragato em sua frente.

Pedia apenas um abrigo, comida, um banho, um farelo de pão....carinho, proteção! Dormia pelos cantos das ruas, Pelegos?? Não. Papelões...ou o chão batido como nos campos de batalhas.

Então, encaminhava-os para um destino que não fosse a solidão, mesmo isso sendo quase que impossível naqueles dias cinzento, de medo, de exaustão.

Tirava-os da rua, do vento gelado de um começo de Outono cheio de incertezas, de fadigas, desconfianças, fome e medo pelos becos solitários de uma cidade fantasma, antes, agitada e agora, vazia mas na controvérsia do medo e cheia de incertezas e confusões.

Fome, sede.... pela verdade, pela coragem de viver com incertezas pelas ruas vazias de amor. Tinha-se que ter Fé! Assim como os Maragatos, cheios de querer pela verdade, com Fé e coragem.

Dava-lhes o pão e mostrava um caminho com esperança, fazendo-lhes pulsar o coração carregado de um sangue da cor encarnada, assim como era a cor do lenço do Maragato Guerreiro!

 

Nazha Sayed Membra Integrante do Centro Lítero Cultural José do Patrocínio Tupanciretã RS.

 

TODOS CONTRA A DENGUE




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