A dengue é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e afeta pessoas de todas as idades, conforme explicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com a picada de um mosquito Aedes aegypti infectado, o vírus da dengue penetra na corrente sangüínea. Durante um período de quatro a sete dias, chamado de incubação, o vírus se multiplica em órgãos como baço, fígado e tecidos linfáticos. Neste período, a pessoa está infectada, mas não transmite a doença se for picada pelo vetor, explica um artigo no site da Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz).
Passado o período de incubação, o vírus retorna à corrente sangüínea. Neste momento, tem início o período de viremia, que dura cerca de seis dias - nesse momento, o indivíduo infectado pode transmitir a doença se for picado pelo vetor (o mosquito).
Em alguns casos, a doença pode evoluir para sua forma grave, conhecida popularmente conhecida como dengue hemorrágica). "A dengue hemorrágica é uma parte da evolução da doença", diz Ricardo Teijeiro, médico infectologista e membro da Sociedade Argentina de Infectologia. O termo dengue hemorrágica, na verdade, deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, uma vez que a hemorragia, nesses casos, nem sempre está presente.
Segundo o especialista, esse tipo de dengue ocorre devido a uma diminuição das plaquetas no sangue, o que causa hemorragia em qualquer órgão, como no nariz ou na boca. Se a pessoa já contraiu a doença alguma vez, e novamente é picado pelo Aedes aegypti e contrai a doença pela segunda ou terceira vez, as chances de desenvolver dengue hemorrágica crescem.
No entanto, as complicações da dengue grave podem ser prevenidas por meio de exames médicos, afirma o infectologista argentino.
Alguns pacientes com dengue podem ser assintomáticos, enquanto outros apresentam sintomas. Entre os mais comuns, Teijeiro menciona dor de cabeça, dores musculares ou nas articulações, dores atrás dos olhos e fadiga na forma da dengue comum. Quando a doença evolui para a forma grave, há uma diminuição das plaquetas e consequente hemorragia.
De acordo com o site do Ministério da Saúde do Brasil, o aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica.
Segundo a OMS, a dengue em sua forma mais severa de todas tem os seguintes sintomas clínicos: choque ou dificuldade respiratória devido a extravasamento grave de plasma dos vasos sanguíneos; sangramento intenso; e comprometimento grave de órgãos (lesão hepática, miocardite e outros). Esse é um quadro muito grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
Um homem dorme sob uma rede de pano como medida de proteção contra doenças como a dengue. Deli, Índia.
Uma vez que a doença é transmitida pela picada de mosquitos infectados, a melhor prevenção consiste em evitar o contato com esses insetos.
Nesse sentido, o infectologista argentino recomenda evitar o acúmulo de água em recipientes externos para interromper o desenvolvimento de larvas de mosquitos. As orientação do Ministério da Saúde é para não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, nem deixar piscinas sujas, entre outros.
Vale a pena também usar roupas que cubram pernas e braços; usar repelente adequado (com icaridina); e claro: procurar ajuda médica diante de qualquer sintoma de alerta.
Pessoas infectadas com dengue também podem fazer seu papel para a prevenção, informa Teijeiro. Por exemplo, ao usar repelente e evitar novas picadas, a pessoa com dengue interrompe o ciclo da doença, impossibilitando que mosquitos não infectados contraiam o vírus.