Ele afirmou na abertura de seu discurso no FMI, obtido pela CNN, que “o espaço fiscal diminuiu”.
“Devido à situação desafiadora que a economia mundial tem vivido desde a pandemia, todos nós temos que tomar decisões muito difíceis. Num contexto de prevalência de taxas de juros elevadas e de agravamento da situação da dívida em muitos países, o espaço fiscal diminuiu”, disse.
Haddad afirmou ainda que o mundo está diante de uma iminente crise social e ambiental.
“Ao mesmo tempo, as nossas sociedades, cada vez mais suscetíveis a discursos populistas, têm demandas muito legítimas por serviços públicos de boa qualidade, ações climáticas decisivas e mais justiça distributiva. Embora a economia mundial pareça estar em vias de estabilização, estamos diante de uma iminente crise global de caráter social e ambiental”, declarou.
O ministro defendeu também uma cooperação internacional para revisão do sistema tributário.
“É neste ponto que entra a cooperação tributária internacional. Após um processo bem-sucedido de reforma tributária no Brasil, posso dizer que cada país pode fazer muito por si próprio. Podemos fazer esforços decisivos para melhorar a mobilização interna de recursos por meio de sistemas tributários nacionais mais justos, transparentes, eficientes e progressivos, seguindo as melhores práticas internacionais”, disse Haddad.
E ele continuou: “É exatamente isso que estamos fazendo no Brasil. No entanto, sem cooperação internacional, há um limite para a atuação dos Estados, tanto os ricos quanto os em desenvolvimento. Sem uma cooperação internacional mais forte, os que estão no topo da distribuição de renda e riqueza continuarão a evadir nossos sistemas tributários”, disse.
A viagem de Haddad se integra as agendas do G20, cuja presidência temporária é do G20.
Ele participa agora à tarde de uma reunião do Global Sovereign Debt Roundtable. Segundo o governo, trata-se de “uma mesa redonda é co-presidida pelo FMI, Banco Mundial e pela Presidência do G20 e é composta por credores bilaterais oficiais (tanto credores tradicionais membros do Clube de Paris como novos credores), credores privados e países mutuários”.
Ele ainda tem reuniões nesta quarta com Banco Mundial e o FMI.