O nível do Rio Guaíba em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) ultrapassou os quatro metros nesta madrugada (3 de maio). É a segunda maior inundação conhecida do local, se aproximando do recorde histórico de 1941, quando as águas chegaram a 4,75 metros — projeção aguardada para hoje. À época, 70 mil pessoas ficaram desabrigadas. Já são 31 óbitos em todo estado e 74 desaparecidos.

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Cercando a capital gaúcha, o Guaíba possui um amplo sistema para proteção a enchentes. São 24 quilômetros de diques externos, 23 casas de bomba e 14 comportas para frear o avanço das águas. Mesmo assim, a cota de inundação já foi ultrapassada (3 metros) na quinta (2) e o Cais Mauá já foi tomado na região central. A prefeitura está com dificuldades para fazer a medição do nível do Guaíba, pois a régua está submersa, tamanha a quantidade de água. Estimativas iniciais apontam 4,5 metros.

Em coletiva virtual, o governador Eduardo Leite (PSDB) contou da previsão de que o nível do lago possa chegar a 5 metros até sábado. Se assim confirmar, será a maior enchente da história de Porto Alegre. “Quero pedir mais uma vez que as pessoas tenham a percepção de urgência em relação ao que está ocorrendo no Estado”, alertou o tucano.

Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Guaíba, Eldorado do Sul e as ilhas do Guaíba são os locais de maior atenção. Nas cinco ilhas de Porto Alegre — Mauá, Pavão, Grande dos Marinheiros, Flores e Pintada — estão atualmente alagadas. A Defesa Civil já deu início ao processo de evacuação. Duas pontes que dão acesso à capital gaúcha, pela zona sul, nas cidades de Pelotas e Rio Grande, foram bloqueadas por conta do acúmulo de água na pista.

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O Centro de Informações e Emergências de Porto Alegre (Ceic-POA) emitiu alertas sobre o risco de inundação em bairros como Humaitá, Navegantes, São Geraldo e Floresta, assim como na “parte baixa” do Centro Histórico.

Na Zona Sul da cidade, a linha costeira dos bairros Ipanema e Guarujá já está sendo invadida pelas águas, enquanto a Avenida Guaíba apresenta múltiplos pontos de alagamento.

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Devido ao temporal que afeta o estado gaúcho desde segunda (29), o Rio Grande do Sul registrou até a manhã desta sexta-feira (3), 31 óbitos e 74 desaparecimentos.

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação, obrigando o uso de comportas.

O órgão informa ainda que 235 cidades foram atingidas, com 7.165 pessoas em abrigos, 17.087 desalojados, 351.639 afetados e 56 feridos.