Reportagem publicada recentemente em um veículo de comunicação que integra a alta mídia do Estado Goiás trouxe como destaque o fato de 74 policiais militares que respondem a processos criminais terem sido promovidos pela Polícia Militar de Goiás (PM-GO) na carreira profissional.
O conteúdo da matéria expressa uma opinião totalmente dissuadida da realidade fática e jurídica que reveste a seara administrativa da Polícia Militar do Estado de Goiás e o ambiente de legalidade das promoções na carreira dos militares.
Inferiu-se que os policiais são criminosos e desmerecedores do direito de progredirem na carreira militar, ignorando por completo que a promoção de um policial, seja ele praça ou oficial, segue rigorosamente a preceitos legais (lei 15.704, de 20 de junho de 2006 e lei 8.000, de 25, de novembro de 1975).
A matéria denota um sentimento raivoso de um repórter desprovido de conhecimento da matéria que se atreveu escrever e, logicamente, desinteressado e relapso com a profissão que exerce, já que sendo ignorante do tema que submeteu a debate, o comportamento exigível e que poderia se esperar da sua pessoa seria de esclarecer os fatos e oferecer um trabalho revestido com elementos verdadeiros e justificados com a realidade crítica.
Causa estarrecimento a abordagem realizada na matéria, vez que, deixa transparecer, o desconhecimento simples e real dos riscos que revestem o exercício de qualquer profissão.
No caso do trabalho policial é preciso ter a sensibilidade de reconhecer que morrer, matar e se envolver em processos judiciais são situações previsíveis no exercício da atividade, ou seja, são desígnios da própria profissão.
Deste modo, quando se utiliza de uma matéria jornalística com clara intenção sensacionalista no sentido de questionar a promoção de policiais envolvidos em crimes de homicídios, como se fosse algo extremamente abusivo, estimula-se o sentimento dos “covardes”, os quais nunca puderam e jamais poderão pertencer à Gloriosa Polícia Militar de Goiás, já que imperdoável que um militar deixasse de agir simplesmente pelo “medo” de não ser promovido.
O jornalista relapso, da maneira que expôs a matéria enxerga de maneira equivocada os tiros disparados pelos policiais, mas em nenhum momento se reporta ou admite a situação de que tiros também são recebidos.
O que se observa naquela publicação é uma tentativa de macular a imagem de uma instituição respeitada, centenária e de indeléveis serviços prestados ao povo de Goiás.
Também pode ser classificada como uma tentativa de transformar a liberdade de expressão em uma espécie de “direito de ofender” ou de expor uma situação de cunho jurídico sem qualquer abordagem doutrinária ou legal sobre o tema, levando aos leitores ilações muito comuns numa conversa informal e na mesa de um botequim, ao invés de impor à discussão um cunho de ambiente de elevado nível, totalmente demandado, até mesmo porque o veículo de comunicação é um dos mais respeitados no Estado de Goiás.
Finalmente, se esses argumentos não são bastantes para modificar o pensamento limitado esboçado pelo profissional responsável pela aludida publicação, temos que acrescentar que os policiais militares que respondem a processos judiciais, à luz da Lei vigente são todos retirados do processo de promoção, para depois apresentarem suas justificativas, sendo cada caso julgado individualmente por um colegiados de coronéis, somente sendo possível as promoções daqueles que obtiveram processos em serviço e cuja conduta não ofenda a honra, o pundonor policial e o decoro da classe, constituindo-se, pois, num rigoroso processo seletivo e não a bel prazer como restou insinuado na famigerada reportagem.
Da Redação TANOIBOPE
Fonte: https://www.dm.com.br/opiniao/2021/09/missao-da-pm-causa-incompreeensao/
