Produtores rurais da região central do Estado preparam uma nova paralisação nesta sexta-feira, 13 de junho. A manifestação será realizada no trevo de acesso ao município de Júlio de Castilhos, na BR-158, em formato de pare e siga, com distribuição de panfletos informativos aos motoristas. A mobilização conta com a participação de agricultores de cidades como Tupanciretã, Júlio de Castilhos, Quevedos e arredores.
A ação é motivada pela insatisfação do setor agropecuário diante das dificuldades enfrentadas nos últimos anos, especialmente em decorrência de perdas causadas por intempéries. Os produtores reivindicam a securitização das dívidas acumuladas nos últimos cinco anos e defendem medidas mais estruturadas para garantir a continuidade da atividade agrícola.
Segundo o produtor Michel Rodrigues, a manifestação seguirá os mesmos moldes dos atos anteriores. “Vamos seguir no formato de pare e siga, mantendo o trânsito fluindo, mas entregando material explicativo aos motoristas sobre a real situação do campo”, explicou.
Negociações com o setor financeiro
Na última terça-feira (10), representantes da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do RS) reuniram-se com instituições financeiras para discutir alternativas de prorrogação de dívidas. O encontro contou com a presença de dirigentes do Banco do Brasil, Banrisul, Sicredi, além de representantes da Secretaria da Agricultura e da Fazenda do Estado.
O Banco do Brasil informou que as prorrogações estão ocorrendo dentro da normalidade, utilizando modalidades internas mais favoráveis que a Resolução 5.220/25. O Sicredi apresentou ajustes internos que devem agilizar os processos. Já o Banrisul apontou que o aumento de limite foi limitado, mas suficiente para viabilizar parte das prorrogações.
A Farsul propôs um conjunto de medidas para ampliar o alcance das prorrogações, incluindo:
Prorrogação de todas as operações por 90 dias, incluindo inadimplentes e CPRs;
Ampliação do teto das carteiras de crédito para 16%;
Inclusão de operações vencidas na Resolução 5.220;
Dispensa de aditivos contratuais;
Manutenção do risco de origem das operações;
Prorrogação do compulsório da poupança rural além de 30/06/25.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, reforçou a orientação para que produtores que tenham condições, efetuem o pagamento das parcelas, alertando que não há garantia de renegociação ampla por parte do Governo Federal.
A Federação aguarda a primeira reunião do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Agricultura e mantém diálogo técnico com o Ministério da Fazenda para buscar soluções de longo prazo.
TODOS CONTRA DENGUE